Gotas de sabedoria do auto-proclamado enfant terrible da intelligentzia nacional

sexta-feira, julho 30, 2004

" Meu filho é rico porque PODE".



Vai ser mais fácil escolher um presente especial neste Dia dos Pais. Seis profissionais brasileiros da moda indicam as roupas e acessórios indispensáveis no guarda-roupa de inverno de um executivo em sintonia com as tendências da estação..

Assim começa uma matéria de Estilo na edição da revista Forbes Brasil que está nas bancas. Logo de cara , o estilista Ricardo Almeida sugere um terno preto (liso ou risca-de-giz) , bem caretão , que pode ser adquirido por R$ 3.3 mil . Abaixo dele , Patrícia Gaia, diretora de marketing da Giorgio Armani , indica uma camisa listrada de manga longa, por R$ 1,78 mil ( mil setecentos e oitenta reais). Temos ainda uma jaqueta de couro desgastada da VR Menswear, por R$ 1,49 mil ; um blazer de puro cashmere da Daslu Home que custa R$ 4,69 mil e uma quase-bota ( esse nome é ótimo ) Ermenegildo Zegna , R$ 1,2 mil. Para fazer média com os leitores miseráveis , também colocaram um cachecol longo de R$ 70 (acho que digitaram errado , tá muito barato! )da YIMAN.

O mais interessante é que nas descrições das peças, as pessoas que fazem as sugestões nuncam mencionam o preço alto dos produtos , e optam por destacar o lado racional da compra. Então , aprendemos que a quase-bota "combina tanto com o visual mais comportado como com o esportivo". Os cretinos não sabem nem definir o nome do produto e ainda tem a cara de pau de cobrar mil e duzentas pratas. Vou usar a lógica deles para instituir um sistema de tarifas altíssimas para quem quiser ler o que escrevo no blog . Afinal , "quase" não escrevo...

Obs. Em pleno inferno tropical, dar um cachecol de presente ao pai é muita falta de respeito. Só pode ser coisa de filho que duvida da masculinidade do progenitor.



terça-feira, julho 27, 2004

hard bread muthafucka all the way



não , obrigado

Sou o inimigo público número um dos garçons de restaurantes a quilo. O motivo é simples : nesses estabelecimentos, só são cobrados os 10% de gorjeta aos clientes que pedem alguma bebida. Eu , na condição de sovina aclamado internacionalmente , nunca bebo nada nesses lugares.
Um por um eles se aproximam, perguntam se eu quero alguma bebida, ouvem uma resposta negativa e dão as costas mau humorados. Alguns não se conformam , fazem ronda , acham que eu estou de brincadeira, insistem de todas as maneiras.

O auge dessa minha tática ocorreu no terceiro ano do segundo grau, época de vestibular, quando as aulas eram em turno integral. Quase sempre íamos almoçar no Ballroom - para quem não sabe, é restaurante , além de casa de show -, todos pediam alguma bebida para acompanhar o almoço, menos eu. A questão era matemática:

- Lá, uma Coca-Cola custava R$ 1,50 .
- Um almoço de R$ 8,50 ( sem bebidas) , acrescido do valor acima, passaria a custar R$ 10,00 + os 10% de serviço. O total dava R$ 11,00. Trocando em miúdos, os espertalhões pagavam R$ 2,50 por uma mísera latinha de refrigerante.

E o pior é os colegas estudantes ainda se sentiam no direito de me sacanear, só porque depois do almoço eu passava no posto de gasolina e comprava a mesma lata por R$ 0,80. Uma economia diária de R$ 1,70 , poderia comprar três latas pela mesma quantia que esses vermes pagavam no restaurante que ainda sobrava troco. Insolentes !

terça-feira, julho 20, 2004

dois conselhos de ouro



1 - Nunca beba mais do que dois iogurtes Corpus por dia.
2 - Controle-se ao comer amendoins salgadinhos.

Não vou entrar em detalhes escatológicos , mas garanto a vocês que o "desconforto intestinal" causado pelo não cumprimento desses mandamentos é violentíssimo.

sexta-feira, julho 16, 2004

trote delivery





Na noite do domingo de páscoa, eu estava sozinho em casa e sem disposição para fazer alguma comida ou sair para a rua. Resoluto, peguei o telefone e liguei para a pizzaria de sempre, aquela que não cobra nada se a entrega levar mais de 30 minutos. Estava meio decepcionado com eles. Nos meses que precederam esse episódio, as pizzas da Ludo's - nome fictício - chegavam frias e apresentavam um aspecto de antiguidade , com o queijo numa incomum tonalidade "bronzeada". Mesmo assim , mantive minha fidelidade (sou fiel até a pizzas, percebam a nobreza de meu caráter) e prossegui com a ligação

A encomenda chegou e paguei com um cheque, nosso personagem principal. Era um cheque "família", mas que só mostra o nome de duas das quatro pessoas que tem autorização para assiná-lo. Eu e minha irmã fomos excluídos por falta de espaço no papel. Já havia pago pizzas com esse tipo de cheque várias vezes sem ouvir reclamações. Resolveram encher o saco no dia santo .

Certo tempo depois de terminar a janta - pobre em sabor e em valor nutricional, vale frisar - , recebi um telefonema de uma funcionária da pizzaria, que queria saber o motivo de eu ter assinado um cheque que não continha o meu nome impresso. Fui simpático e atencioso (coisa rara), expliquei tudo direitinho para a mocinha, disse que o troço era confuso mesmo, mas que funcionava.

Quando os ponteiros do relógio se aproximavam de meia noite, toca o outro telefone de minha casa. Era uma mulher com voz meio irritadiça.O papo foi mais ou menos assim:

Eu- Alô
Mulher burra- Alô , posso falar com o senhor Gerardus Leonardssen - nome fictício do meu pai.
Eu - Ele não está , quem é que quer falar ?
Mulher burra - (depois de uma pausa) Uma amiga.
Eu - (com a pulga atrás da orelha) Ah tá... Uma amiga... E é sobre o quê que você quer falar ?
Mulher burra - Sobre um cheque. - vejam vocês, que coincidência !-
Eu - Que cheque ?
Mulher burra - Um cheque que ele passou para um restaurante.
Eu - Quando foi isso ?
Mulher burra - (cada vez mais tensa) Sexta.
Eu - Sexta é impossível , ele tava viajando e não passou cheque nenhum. Qual é o nome do restaurante ?
Mulher burra e despreparada - (longa pausa) Garnê ... - nome fictício que rima com o verdadeiro -
Eu - (sarcástico) Ele nunca foi nesse lugar, é do Garnê ou da pizzaria Ludo's ?
Mulher burra - ... Desligou.

Depois dessa palhaçada , fiquei um pouco temeroso dela fazer parte de alguma quadrilha especializada em sabotar cheques ou algo do tipo, mas logo desencanei (abominável gíria paulista). A burraldinha também era funcionária da cadeia de fast food. Graças a ela, esses porcos imperialistas yankees perderam um lucrativo cliente, nunca mais pedi pizza desses tratantes.

Sempre lembro desse dia quando ligo a televisão e vejo algum caga-regra falando da evolução das empresas, do atendimento ao consumidor, gerência de recursos humanos , relationship marketing e afins. Que belo exemplo nos deu essa multi-nacional, não teve competência nem para passar um trote.

segunda-feira, julho 12, 2004

baixando o nível do blogue



Poeminha engraçadíssimo , não sei quem é o autor(a) :

Era uma puta , precoce e consumada
Deu ainda no ventre uma guinada
Tal que juntou cona a cona
Oh ! Que maravilha !
O pai fodia, em conjunto, mãe e filha


sexta-feira, julho 09, 2004

O primeiro assalto a gente nunca esquece



O meu foi em 1994, quando tinha 13 ou 14 anos. Estava em um ônibus (Cosme Velho /Leblon , linha 283 se não me engano) voltando do colégio, na Gávea, quando aconteceu.

Sentei perto de uma janela , com o fichário ocupando o outro assento. Um rapaz que aparentava 25-30 anos pediu licença para sentar no mesmo banco. O cara portava uma pasta e estava bem vestido. Depois de alguns minutos , me cutucou e apontou para a pasta. Quando olhei , o meliante a abriu e mostrou uma faca afiadíssima. Me mandou ficar quieto, e pediu a mochila. O pedido foi prontamentente atendido, claro. Depois ainda roubou meu tênis , um Nike que já estava meio surrado, e pulou fora em frente ao Planetário.

Com o orgulho ferido , permaneci sentado no mesmo banco, tirei as meias (botei no bolso, vejam só) e esperei até o ônibus chegar ao ponto perto da minha casa.O tormento não acabou aí , pois morava numa ladeira e ainda precisava pegar um micro-ônibus para chegar em casa. Fiquei esperando o automóvel , mas antes dele aparecer consegui carona de uns amigos do meu prédio.

Aí fizeram a perguntinha: "Pô Dudu, tá descalço por quê ?"

Foi o suficiente para o babaca aqui começar a soluçar e chorar. Mal consegui explicar o que havia acontecido.
E Puta que Pariu !
Não é que o merda do bandido deu uma sorte do caralho e ainda conseguiu meu relógio que eu adorava !
Eu sempre tirava o relógio (um CASIO temático de futebol) antes de pegar o ônibus, normalmente colocava no bolso.
Nesse dia eu havia posto o item na mochila... Me fodi de jeito !
Espero que esse escroto tenha tomado tenência , virado crente ou algo que o valha !

E que o relógio esteja enfiado bem fundo no meio do cú desse filho da puta !

terça-feira, julho 06, 2004

luto





Poucas vezes o cinema internacional levou duas estocadas (opa!) tão duras (ui!) em tão curto espaço de tempo. Primeiro , no dia 23 de junho , o italiano Rocco Siffredi, "Rei do Pornô", anuncia aposentadoria depois de atuar em mais de 1.300 filmes. Depois, soubemos da morte de Marlon Brando, intitulado por boa parte da mídia especializada em cinema como o "maior ator da história", no dia primeiro de julho.

Ambos deixam um legado impressionante:
-Rocco -> Deve ser sempre lembrado pela Igreja Católica como um dos maiores genocidas que o mundo já conheceu. Afinal de contas, quantos potenciais filhos ele não desperdiçou se somarmos o que ele "apresenta" em todos os seus filmes.
- Marlon Brando -> Foi unicamente por conta dele que milhares de pobres brasileiros batizaram seus filhos com o nome de Marlon. Em se tratando de showbizz, os marlonzinhos só devem perder em número para os Máicons .

segunda-feira, julho 05, 2004

Tô nem aí , tô nem aí




Invariavelmente , os organizadores de festas juninas escalam uma bandinha de forró bem chulé para animar os foliões , que prontamente começam a dançar assim que a performance dos músicos se inicia. Mulheres bonitas sempre conseguem arrumar um par nessas horas , mas e as feias , o que fazem quando ninguém as "tira" para dançar ?

Ah , normalmente ficam tristes e quietas no canto, sentindo inveja daquelas gatinhas que rebolam com alegria pela pista. Algumas, no entanto, criam coragem e protagonizam cenas pitorescas. O cenário é o seguinte: primeiro, pares de moças feias são formados. Depois, elas dançam e cantam com felicidade, alheias ao fato de que estão em completa desarmonia com o ambiente que as cerca. "Não estão nem aí".

Barangas dançarinas são a cereja azeda -que ninguém quer comer- que coroam o indigesto bolo que é a Festa Junina. Mais um freak show de primeiríssima, cortesia do seu, do meu e do nosso insubstituível Brasil.

sexta-feira, julho 02, 2004

Lolita pegando firme na raquete



Bastou a Anna Kournikova - que é bela, mas incompetente - sumir dos holofotes da mídia para que os comunas arrumassem rapidinho uma nova atleta, mais evoluída, que combinasse talento com graciosidade. Estou fascinado com o desempenho da jovem siberiana Maria Sharapova no tradicional torneio de Wimbledon. A russa, de 17 aninhos -tive a leve impressão de que ela ainda nem usa sutiã, vejam nas fotos- , venceu hoje a experiente (e feia!) Lindsay Davenport e garantiu presença na final do campeonato , a ser disputada no sábado. Não sei se vai ganhar da Serena Williams, mas de uma coisa eu tenho certeza: essa loirinha ainda vai matar muito véio do coração !



Ps. A propósito, li o perfil da pequena e informo aos pretendentes - me incluam no grupo- que Maria Sharapova adora cantar, dançar jazz , ler os livros do Sherlock Holmes e ver filmes.

quinta-feira, julho 01, 2004

El libro está sobre la mesa , cabrón



Nos dois últimos sábados , participei de um seminário de marketing e negócios. Antes do início da primeira palestra, um integrante da empresa que promovia o evento fez uma breve introdução sobre o que seria abordado pelos palestrantes e explicava o motivo da realização daquele seminário. De acordo com ele, a intenção era "estabelecer um link que diminuísse o gap existente entre teoria e prática". Na semana seguinte, repetiu a mesma frase. Se eu for a mais algum evento organizado pela mesma empresa, levarei um Aurélio para dar de presente ao fanfarrão.