VEJA: Indispensável

A Veja é o semanário de notícias de maior circulação no país , supera com folga as principais concorrentes, que são Isto É e a Época. A publicação da editora Abril fez por merecer essa condição, mas enfraqueceu nos últimos anos e apresenta alguns defeitos inexplicáveis. Um deles é o mau hábito de publicar matérias desnecessárias sobre artistas e produtos culturais norte-americanos. Recentemente, lembro de ter lido perfis de duas páginas de personalidades insignificantes para nós , macacos terceiro-mundistas da América Latrina. Um era com Kim Catrall, a lourona vadiaça do Sex in the City, e o outro era com Jennifer Anniston , a Rachel do sitcom Friends. Nenhuma das duas celebrities é interessante o suficiente para justificar toda essa atenção , apesar do sucesso que as duas insuportáveis séries goza entre insossos integrantes das classes média e alta daqui. Kim escreveu um livro sobre sexo, Jennifer é a esposa de Brad Pitt. Essas são as únicas informações "úteis" sobre as estrelinhas da Veja.
Na edição que está nas bancas hoje, vemos mais uma baboseira que segue essa lamentável linha. Na página 135, dentro do tema Televisão, há um texto sobre o programa American Idol, uma espécie de híbrido entre Show de Calouros e FAMA . A matéria nos informa sobre uma candidata, muito melhor que a rival, que foi eliminada da disputa por ter perdido na votação do público, via telefone. A concorrente "ruim" só venceu por causa de uma quantidade maciça de votos provenientes do Havaí , sua terra natal. O acontecimento gerou um bafafá nos EUA.
Agora eu pergunto:
- Por quê os leitores da revista mais importante do Brasil devem ficar a par de um episódio completamente irrelevante para nós (se bobear, até para os EUA) ?
- Será que na semana que passou, não houve nada relativo ao tema televisão mais importante que isso ?
- I don't get it, what's the fucking point ?
Para completar , mais algumas críticas à Veja:
- As montagens que ilustram as capas costumam ser muito vagabundinhas, a atual não é exceção. Quase todas as revistas da editora Abril apresentam trabalhos mais bonitos, não faz sentido a Veja continuar com essa cara pobre.
- Nas reportagens de moda , sempre inventam de fotografar modelos fajutos trajando peças que fazem parte das novas tendências para o verão, inverno, etc... O resultado é amadorístico, há duas coisas que as meninas clicadas não conseguem disfarçar: um sorriso constrangedor e as estrias.
- Vez ou outra somos brindados com edições temáticas da publicação, tipo "Mulher" e "Tecnologia". É até simpático receber essas revistas especiais , mas é quase a mesma coisa que ganhar um número qualquer da NOVA e da Info EXAME, que até poderiam conquistar novos assinantes caso fossem dadas de presente aos consumidores de Veja. .
Eu apreciaria muito mais uma edição extra com todas as colunas do Diogo Mainardi , cada uma acompanhada de uma seleção dos melhores - no caso, os mais ferozes e indignados - hate mail ( viva a macaquice !) enviados à redação. Aí sim , teríamos um conteúdo de primeira, original e exclusivo da indispensável Veja.